Maio também é o mês em que nos despedimos do inverno amazônico.
Por Luiz Felype
Rua alagada em Macapá – Foto: Portal Amazônia
O meteorologista do Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis (Nhmet), Dr. Jefferson Vilhena, ao falar sobre a previsão do tempo no estado para o mês de maio, ressaltou que maio será marcado pelo início da diminuição das chuvas no estado. Entretanto, nos primeiros 15 dias será mais intensa que a média normal. O Nhmet aguarda resultados dos modelos climáticos para fazer análises mais precisas.
Nos últimos dias de abril, alguns órgãos de meteorologia divulgaram a situação da chuva. Segundo a Agência Nacional de Águas (Ana) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - estações não oficiais – na manhã do dia 29 de abril houve um pico chuvoso que chegou a 75 mm no bairro Jardim Felicidade, Zona Norte da cidade. “Como [a chuva do dia 29] variou muito pelos pontos de coletas, podemos dizer que equivaleu à uma chuva típica da época. Tirando o pico máximo no Jardim Felicidade, equivaleu à 8,7% das chuvas esperadas para o mês”, afirma Vilhena.
Ele ressalta que a chuva forte daquela manhã de quarta-feira é considerada normal para o período. “Já registramos mais fortes que esta, com acúmulos em toda cidade, de 90 a 100 mm. Temos estes tipos de chuvas localizadas como típicas, quando chove bastante em um bairro e pouco em outros”. A média mensal, em abril, registrou a marca de 380 mm, valor alcançado próximo ao dia 20, segundo Vilhena.
O Amapá segue o clima amazônico com invernos chuvosos e verões quentes. As águas começam a cair em dezembro e tem picos nos meses de fevereiro, março e abril. Início da queda em maio e estabilidade até julho, mês que finaliza o intervalo. “Até lá teremos grande quantidade de chuva que passará dos dois mil milímetros. Por enquanto, estamos na cota, ou seja, está chovendo normalmente”, comenta.
O inverno amazônico desse ano foi atípico. Não choveu como esperado em alguns dias. Vilhena explicou que o máximo de chuva em um dia compensa os 5, 10, ou mais dias em que houve ausência. Os dados meteorológicos estão sendo contabilizados ainda. O meteorologista acredita que todo estado merece atenção por causa do clima.
As cabeceiras são pontos de observação e monitoramento constante, uma vez que as chuvas causam cheias nos rios. “Tivemos um evento extremo de chuvas na bacia do Rio Cajari, que é uma bacia pequena, e que rapidamente captou uma quantidade muito grande de água rapidamente, causando a enchente na comunidade de Água Branca do Cajari”.
O período chuvoso diminui a temperatura máxima e não permite que o clima quente da capital suba demais. Em caso de enchentes, o meteorologista orienta que moradores não fiquem expostos, não entrem nas áreas alagadas e acionem a Defesa Civil.
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