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Foto do escritorGiovanna Moramay

Comunidade acadêmica cobra melhorias no Restaurante Universitário da UNIFAP

Atualizado: 28 de out. de 2022

Retorno das aulas presenciais evidenciou problemas estruturais. Administração do restaurante e Universidade se pronunciaram sobre a situação


Por: Giovanna Moramay


Restaurante Universitário da UNIFAP (Foto: Giovanna Moramay Lins/AGCOM)

Inaugurado em 2011, o Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) é essencial no dia a dia dos estudantes. Após quase dois anos paralisado, em decorrência da pandemia da Covid-19, o retorno presencial das aulas no campus Marco Zero trouxe um R.U sob nova direção e com desafios.

Diariamente, as pessoas que usam o RU enfrentam filas enormes para realizar as refeições, algo que muitos atribuem ao espaço e horário de funcionamento limitados. Alunos do período integral e noturno sentem-se prejudicados, visto que o tempo para comer normalmente é insuficiente. Problemas no sistema, como a falta de internet, quedas de energia ou do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA) são frequentes. Além disso, a presença de pombos, que fazem ninho pelas vigas do telhado, não deixa o ambiente agradável para refeição.


Fila do R.U da UNIFAP (Foto: Giovanna Moramay Lins/AGCOM)


Falta de um ambiente amplo e confortável

A falta de espaço é uma das principais reclamações. O estudante de fisioterapia, Humberto Moreira da Silva, que depende do serviço, assim como a maioria dos alunos que estudam em período integral, reclama: “Almoço e janto aqui todo dia, é quente! Devia ter pelo menos uns ventiladores, mas o certo mesmo seria um ar-condicionado, ainda mais pela estrutura ser muito pequena e quase não comportar todos os estudantes”, conta.

Apesar das dificuldades estruturais, os estudantes elogiam o atendimento prestado pelos funcionários e a comida fornecida. “O cardápio muda muito, vale mais a pena descobrir na hora. Agora tem pix, mas acho que devia ter algum tipo de sistema de recarga pela internet, para dinamizar as coisas”, comenta o acadêmico do curso de Relações Internacionais, Kauê Leite.


Instabilidade no cardápio do RU

Cozinha do R.U (Foto: Giovanna Moramay Lins/AGCOM)


A empresa terceirizada que fornece a comida do RU – Clara’s & CIA, tem sede em Belém, no estado do Pará, e assumiu o cargo em 2022 após o retorno das aulas presenciais. A nutricionista e responsável técnica, Keila Corrêa, explica que eles enfrentam a falta de fornecedores fixos e de confiança no Amapá, o que resulta na instabilidade do cardápio.

“Eu preciso fornecer proteína para os alunos, não tem como chegar em um açougue qualquer e ele vai ter 100 quilos de carne para me dar, estamos testando fornecedores. Eu prefiro deixar ‘sujeito a mudança’ no cardápio, pois é uma garantia que, mesmo se houver imprevistos, vai ser suprida a necessidade do aluno”, explica a profissional.

A técnica de alimentos, Alanna Pontes, complementa que a empresa estuda a possibilidade de criar uma carteirinha para o estudante vegetariano. “Também temos opção vegetariana e estamos discutindo uma espécie de carteirinha, para garantir que estudantes vegetarianos terão o que comer sem risco dos demais acabarem com a opção do dia por acharem melhor”, ressalta.

Devido ao tempo que a cozinha ficou parada, muitos equipamentos foram entregues danificados e, a princípio, não estava claro se a substituição e manutenção desses aparatos podia ser feita pela administração do restaurante ou se devia ser feita pela UNIFAP.

Alanna Pontes e Keila Corrêa (Foto: Giovanna Moramay Lins/AGCOM)


Horário de funcionamento e ampliação do espaço

Outras questões como horário de funcionamento, ventilação, ampliação do espaço, administração do sistema e do gerador de energia, são responsabilidade da Pró-reitoria de Extensão e Ações Comunitárias (PROEAC).

Gerson Vanderlei dos Anjos Gurjão, diretor do Departamento de Ações Comunitárias e Estudantis (DACE), esclarece que os projetos de ampliação do RU, principalmente a implementação da ventilação, foram frustrados pela pandemia da Covid-19 e pelos cortes de recursos para universidades federais.

A proposta de ampliação inclui a adição de mesas para uso preferencial de pessoas com deficiência, além de instalação de mesas nas partes externas do restaurante. A iniciativa pretende amenizar o problema de filas, considerando que o horário de funcionamento tem menos chance de ser ajustado.

Gerson Vanderlei dos Anjos Gurjão (Foto: Giovanna Moramay Lins/AGCOM)


Valor das refeições

O valor total das refeições dos estudantes da UNIFAP é coberto pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES. Desde a inauguração do RU, o preço da refeição é o mesmo, sem reajustes.

“Nossa principal preocupação é com os alunos carentes, por causa de editais temos alunos custo zero, que fazem as três refeições gratuitamente na universidade, pois não tem o que comer em casa. Mas essas refeições não são ‘de graça’, o PNAES custeia a alimentação desses acadêmicos, assim como parcialmente, dos demais que pagam um real e 50 centavos para uma refeição que, normalmente, tem o preço original de 15 reais”, finaliza Gerson.

Atualmente, o fluxo e as condições do Restaurante Universitário estão sendo avaliadas por meio de um estudo comparativo que elaborará um plano viável para atender as demandas estudantis.

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