top of page

Universidades públicas brasileiras discutem a retomada das aulas em meio à pandemia do Covid-19

Foto do escritor: AGComAGCom

(Foto produzida pela AGCOM)


Veja como estão as condições no cenário nacional e local


Por Bárbara Ribeiro


O primeiro semestre acadêmico do ano de 2020, após a chegada do Covid-19 ao Brasil, sofreu uma pausa inesperada e, até então, nunca experimentada por estudantes, servidores e dirigentes. Após quase quatro meses de paralisação das atividades presenciais, as universidades de todos os estados brasileiros vêm se manifestando a respeito da retomada das aulas presenciais proposta pelo Ministério da Educação.


Por meio do protocolo de biossegurança, lançado pelo MEC no último dia 02 de julho, cresceu a cobrança de retorno das aulas presenciais nas instituições públicas de ensino superior. E, várias universidades como a UFRJ, UFPB, UFSC e UNIFAP vêm mobilizando os seus Conselhos Universitários e corpo de docentes para tomar as medidas cabíveis durante esse cenário adverso e pouco familiar que estamos passando: a pandemia do novo Coronavírus.


De acordo com o relatório feito pelo Ministério, o Brasil tem 69 universidades federais espalhadas pelo país e 54 dessas UF’s estão com atividades suspensas. O monitoramento também revela que 31 Institutos Federais (englobando CEFET´s e o Colégio Pedro II) estão com atividades acadêmicas suspensas. Para o MEC, esses números somados aos docentes e técnicos contabilizam um total de 1,84 milhão de pessoas com atividades de ensino suspensas, na rede federal.


A partir de articulações do MEC junto às universidades, as instituições em várias cidades disponibilizaram em suas plataformas digitais um questionário social, que visava mapear as situações socioeconômicas, de saúde e de acesso tecnológico dos estudantes. Após homologação dos dados, cada instituição de ensino está procedendo a partir da autonomia universitária da forma mais adequada à realidade social e local averiguada. As decisões também precisam ser discutidas e homologadas em resoluções pelos Conselhos Universitários.


O Reitor da UFSC, Ubaldo Balthazar, por meio do Instagram Oficial da instituição, em recado aberto à comunidade, garantiu que não retomará o ensino presencial em 2020 e que ainda não há um sistema inclusivo para aulas no modelo EAD. Segundo ele “como reitor, eu tenho a responsabilidade de preservar a vida de mais de 40 mil pessoas da nossa UFSC”. (Reitor da UFSC em recado aberto à comunidade)


UFRJ e UFPB adotaram medidas como um calendário especial ou suplementar para retorno gradual das atividades à distância. Géssica Palmerim, estudante de engenharia civil da UFRJ conta que “eles vão lançar a inscrição do calendário especial no dia 17 desse mês e vai durar de agosto a novembro desse ano. Tá bem regulamentado. O aluno pode trancar a qualquer momento do período, não é reprovado por falta. Várias concessões que foram os movimentos estudantis que conseguiram, levantando essas pautas e mandando pro Conselho”. A estudante também contou sobre a possibilidade da UFRJ disponibilizar chips de celular para alunos que não possuem acesso ao WI-FI.


A UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) segue a mesma linha de apoio ao estudante. Segundo o acadêmico João Pagno, a instituição está mapeando alunos que não possuem computador pessoal para viabilizar empréstimos de notebook durante o período do calendário especial proposto pela universidade. “Em relação a apoio ao aluno, acho a UFOP muito boa. É uma das universidades que mais tem auxílio para estudante. De todos os tipos.” conta o universitário.

(Veja ao final dessa reportagem links sobre outras universidades brasileiras)


CENÁRIO LOCAL


Na Universidade Federal do Amapá, após a pesquisa social, a Pró-Reitoria de Ensino e Graduação (PROGAD) atuou no sentido de retomar as atividades de ensino de forma EAD e também presencial. Nas últimas semanas, o plano de retomada das aulas foi duramente criticado por departamentos e colegiados da instituição. Em carta aberta, SINDUFAP, SINSTAUFAP e DCE-UNIFAP alegaram que “tal processo, além de antidemocrático é desumano. Estamos num momento de tragédia humana”. (foto retirada da plataforma google)


O plano foi rechaçado oficialmente também pelos cursos de Teatro, Ciências Sociais, História, Letras e pelo Departamento de Educação. Fora do âmbito oficial, alunos de outros cursos da universidade, em entrevistas para AGCOM, se manifestaram contra o plano da PROGAD. O estudante de medicina Marco Andre declara, “eu não acho vantagem dentro do meu curso. Tem coisas que 80 a 90% é prático. Não tem como fazer EAD. Acho melhor parar mesmo e voltar quando der. A prioridade agora é outra”.


Vale lembrar que o Amapá já passou algum tempo como o primeiro estado com maior número de casos de contaminação por Covid-19, no Brasil. Apesar de o comércio ter reaberto, o Prefeito Clécio (REDE), em entrevista, ponderou “Estamos perdendo pessoas, o vírus ainda continua de uma forma disseminada em nossos municípios”. E representantes da Organização Mundial da Saúde se posicionaram contra as medidas de relaxamento do isolamento social. Em nível internacional, também, países que optaram por reabrir colégios e universidades, após alguns meses, tiveram que entrar novamente na quarentena.


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que já teve dois ministros da saúde exonerados e encontra-se hoje com um ministro interino, após meses numa posição negacionista da doença e afrouxando medidas de segurança propostas pela OMS, foi diagnosticado com covid-19, nessa última segunda-feira (06). No que tange o setor educacional, em seu governo, seus Ministros da Educação não têm ocupado em definitivo a cadeira.








0 comentário

Comments


bottom of page