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Janeiro Branco: pesquisa aponta que 19% dos jovens sofrem consequências psicológicas da pandemia de Covid-19

O isolamento social e o medo de infecção pelo vírus desencadearam transtornos como ansiedade e depressão.

Por Pablo Martel

Edição: Winicius Tavares

Blitz janeiro branco
Blitz educativa sobre o Janeiro Branco em Macapá. Foto: Secom / GEA.

A saúde mental é um dos temas mais debatidos do século 21 e com a pandemia da Covid-19, este assunto ganhou ainda mais relevância. Pesquisa realizada em 2021, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), destaca que 19% de jovens, entre 15 e 24 anos, sentem-se deprimidos ou têm pouco interesse em levantar-se para produzir algo por consequência da pandemia.

 

A estudante Karoline Viana, 22 anos, desencadeou problemas psicológicos com a pressão  pelas responsabilidades da vida adulta somadas aos cuidados que deveria tomar com o coronavírus. Isso  a deixava mais apreensiva.

 

A estudante faz acompanhamento psicológico. Foto: Arquivo pessoal.

“Eu tinha acabado de sair do ensino médio e já estava com uma pressão grande sobre escolher um curso superior. Com a pandemia acabei por me pressionar mais, pois os planos que eu tinha não iriam ser feito e eu tinha que planejar tudo outra vez, além de todos as coisas ruins que aconteciam devido a pandemia. Com isso, eu desenvolvi uma ansiedade muito forte, sentia que nada daria certo e ainda tinha o medo de ser infectada ou alguém da família”, desabafa a jovem.

 

Com as campanhas voltadas a saúde mental e prevenção ao suicídio, como Janeiro Branco e Setembro Amarelo, a jovem afirma que sente esses movimentos como uma forma de acolhimento.

 

“Não era muito ligada nas campanhas e achava que tudo era sobre suicídio.  Como eu não tinha essa vontade, eu pensava que a ansiedade se tratava apenas de uma angústia ou estresse, depois que comecei a entender e buscar ajuda, comecei a perceber a importância delas. Faço  atendimento no posto perto de casa e com os atendimentos me sinto na obrigação de entender e buscar mais sobre as campanhas, como exemplo a Janeiro Branco. Acredito que é uma forma linda de acolhimento e compaixão com o próximo”, conta.


O psicólogo e atual coordenador de saúde mental nas escolas do estado do Amapá, Mario Denis,  comenta a importância dessas campanhas, em especial a Janeiro Branco, na promoção da saúde mental. Ouça:


Janeiro Branco

A campanha surgiu no Brasil em 2014, criada por psicólogos de Uberlândia, Minas Gerais, com o objetivo de chamar a atenção das pessoas para a importância da saúde mental e promover a reflexão e o diálogo sobre o tema. A campanha destina todo o começo do ano para incentivar a busca por equilíbrio emocional e psicológico, além de combater o estigma em torno das questões de saúde mental.


A cor branca foi escolhida por, simbolicamente, representar “folhas ou telas em branco” sobre as quais as pessoas podem projetar, escrever ou desenhar expectativas, desejos, histórias ou mudanças que desejam concretizar.


No Brasil, a campanha foi institucionalizada pelo Projeto de Lei 1.836/2019 de autoria do deputado Assis Carvalho, do PT do Piauí. A lei foi sancionada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, presidente em exercício, no dia 25 de abril de 2023.


Com especializações em psicopedagogia e saúde mental, o psicólogo Mario Denis reforça o impacto que a campanha causa na população. Ouça ao lado:


Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais, é um estado de bem-estar no qual um indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses cotidianos, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para sua comunidade.

 

Onde procurar ajuda? 

janeiro branco centro de reabilitação
Centro de Reabilitação Pós-Covid. Fonte: Secom GEA

O Amapá possui o Centro de Reabilitação Pós-Covid por parte do Governo do Estado, que oferece serviços como fisioterapia, fonoaudiologia, nutricionista e psicólogos especializados para tratar sobre o assunto. O prédio foi inaugurado em 2022 e fica localizado na Avenida Odilardo Silva, nº 1303, no Centro de Macapá.

 

A Prefeitura de Macapá também possui pontos de atendimentos emergenciais ou com consultas agendadas mediante apresentação de cartão do SUS, identidade e comprovante de endereço.


São 18 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Macapá que ofertam o serviço de atendimento para acompanhamento psicológico ou apenas cuidar da saúde mental. O agendamento é feito de forma presencial nas UBSs em que o serviço está disponível. Não é necessário ter encaminhamento médico, basta procurar o Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (Same) das unidades de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, apresentando documentação pessoal.

 

Veja a localização dos pontos de atendimento  emergencial:


 Saiba onde encontrar os pontos de atendimentos  agendado


*Reportagem produzida na disciplina de Webjornalismo ministrada pelo professor Alan Milhomem.

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