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Futebol Amapaense respira por aparelhos em tempos de pandemia

Foto do escritor: AGComAGCom

Por: Maian Maciel


O Futebol Amapaense vem sendo representado nacionalmente por três grandes equipes, nos últimos anos: Santos, Ypiranga e Trem. Esses times frequentemente disputam campeonatos regionais e brigam anualmente para ter acesso às grandes competições e Ligas nacionais. O “Amapazão”, campeonato estadual, sempre tem como protagonismo esses três grandes clubes, que nas últimas edições tem alternado a taça.


A copa do Brasil, renomada competição nacional, é um dos grandes objetivos almejados por essas equipes, pois envolve os maiores clubes do país e dá maior visibilidade aos participantes. Acima de tudo, garante uma ótima remuneração. Assim, o acesso e bom desempenho nessas competições é uma das alternativas para conseguir adquirir bons atletas e montar uma estrutura favorável para manter um lugar de destaque no futebol Amapaense. Outros fatores são essenciais para manter o clube, já que as despesas de uma equipe de futebol são altas.


Os clubes precisam estar em atividade para disputar os campeonatos, levar seus torcedores ao estádio e vender seus produtos relacionados ao time. Entretanto, a paralisação por conta da pandemia do Novo Coronavírus afetou diretamente a folha salarial das equipes do estado. Diante disso, os clubes tiveram que suspender os seus planejamentos para a temporada e buscar outras alternativas para resistir durante esse período de pandemia.


Analisando as consequências que a pandemia vinha trazendo para os clubes e buscando amenizar essa situação, A FAF (Federação Amapaense de Futebol), juntamente com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), chegaram a um acordo de ajuda financeira aos clubes que vinha disputando as competições nacionais. Sendo assim, Santos e Ypiranga, que vinham disputando o Brasileiro série D, receberam R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), cada um, para auxiliar nas despesas. Enquanto ao Oratório, representante Amapaense no Campeonato Feminino Série A2, foi repassado o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).


“A ajuda foi de grande importância a esses clubes que precisavam pagar suas contas, mas a Federação vem estudando soluções para ajudar as outras equipes do estado, que não receberam o repasse da CBF” diz Netto Góes, Presidente da Confederação Amapaense de Futebol.


Situação do Santos


O Santos Futebol Clube (1973), equipe representante do Amapá na copa do Brasil, nos últimos anos, vinha equilibrando a sua folha salarial através do desempenho que a equipe vinha tendo na competição nacional. O clube, a partir do momento que consegue ter acesso a esse campeonato e alcança as fases seguintes da disputa, aumenta a sua remuneração; realiza o pagamento de seus atletas e fortalece o seu centro de treinamento.


Em virtude desses poucos recursos financeiros que o clube vinha tendo antes da paralisação, houve dificuldade em contratar bons jogadores para manter uma equipe competitiva. Era um dos entraves. Além disso, as condições para conseguir bons equipamentos para o treino dos atletas era uma das barreiras.


Devido ao fato de representar o estado no Brasileiro Série D, nesta temporada, o clube foi um dos beneficiados com a ajuda financeira da CBF para tentar amenizar os impactos da pandemia. “A ajuda da confederação foi muito bem vinda ao clube, já que auxiliou no pagamento dos atletas que tiveram os seus salários reduzidos” disse Luciano Marba, presidente do Santos.


Situação do Ypiranga


A equipe do Ypiranga Clube (1963), antes da paralisação, possuía poucos recursos que conseguiam manter o clube. O time Ypiranguista não tinha patrocinadores para auxiliar no aumento de sua renda anual. Além disso, o clube não possuía local de treinamento, o que implicava no gasto com aluguel de espaços para serem feitas as atividades com os atletas.


A única renda fixa que a equipe tinha antes da pandemia era com o Time Mania, um jogo de apostas. Ainda assim, o Ypiranga não vinha recebendo o repasse da Caixa Econômica Federal há oito meses, o que implicava ainda mais no atraso das atividades e, consequentemente, dos salários.


Diante de todas essas necessidades, o clube, a partir do momento que teve suas atividades paralisadas, dispensou atletas de fora do estado, que eram alto custo para o clube e até mesmo atletas locais. Essa dispensa ocorreu devido ao fato do clube não ter mais condições de arcar com o salário dos atletas, nesse período, onde toda a sua folha salarial ficou congelada.


Por ser um dos times que estão disputando o Brasileiro Série D, juntamente com o Santos, a equipe recebeu os recursos da CBF, que ajudou a pagar algumas dessas despesas. “A ajuda foi de suma importância para o momento difícil que estamos passando. Com esse recurso, conseguimos sanar uma boa parte de nossas dívidas, principalmente com a folha salarial dos atletas que puderam ser quitadas. Além disso, foram pagos alguns atletas da temporada 2019, que tiveram seus salários atrasados e o pagamento de dívidas trabalhistas” disse José Barros Júnior, Diretor do Ypiranga


Situação do Trem


O Trem Desportivo Clube (1947) possui uma realidade parecida com os demais clubes Amapaenses. Antes da paralisação, por conta da pandemia, a equipe vinha se mantendo com o dinheiro da presidente do clube, Socorro Marinho. Apesar da ajuda vinda da representante, eram enfrentados problemas de estruturação, principalmente das academias.


Os efeitos do cancelamento das atividades esportivas fizeram o clube dispensar muitos de seus atletas. Com isso, foram pagos os salários dos jogadores pelo tempo que estiveram em treinamento e jogos, e logo em seguida foram liberados. “Se a CBF tivesse ajudado o clube, poderia amenizar os estragos que a pandemia nos trouxe”, diz a presidente do Trem.


Diante de todos esses problemas enfrentados pelas equipes locais, a ausência das torcidas nos estádios nos últimos anos e a falta de patrocinadores para auxiliar financeiramente o clube, provoca o descontentamento de grande parte de seus apoiadores que, por ser uma das peças fundamentais na ajuda para manter o clube, acabam ficando distante e desmotivados com o desempenho das equipes Amapaenses.


Sendo assim, o esporte local não recebe a devida valorização. Comparados aos outros clubes nacionais, o Amapá ainda possui um certo atraso em sua estrutura para receber e manter seus atletas. Diante disso, cabe aos clubes locais buscarem várias alternativas para conseguirem alguma visibilidade no futebol brasileiro.

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