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Em entrevista, Pat Andrade conta sobre sua carreira e o amor pela escrita

Ela é artista autônoma que fabrica e publica seus próprios livros de forma independente.


Por Jeane Costa e Iago Fonseca


Foto: Alexandre Brito

Patrícia Andrade, mais conhecida como Pat Andrade, é uma poeta, mulher, mãe e acadêmica do curso de Letras Espanhol. Uma mulher que teve algumas dificuldades na vida, mas que buscou superá-las a cada dia, hoje Pati Andrade é uma mulher em constante processo de reconstrução e renovação.


Artista plástica e escritora, Pat Andrade também se autodenomina como uma artista sobrevivente, pois encontrou nas redes sociais uma maneira de compartilhar as suas poesias autorais, principalmente depois do período de quarentena na pandemia. Escritora desde os 15 anos, a artista conta com mais de 30 livrinhos lançados, com poesias que falam sobre sentimentos e fatos do cotidiano.


Pat compartilha seu trabalho em redes sociais e possui livros publicados em formato pdf. Para a Agcom, a artista conta sobre sua carreira, o amor pela escrita e o seu processo criativo na literatura.


Como surgiu o seu interesse pela escrita?


Eu acredito que o interesse pela escrita foi um processo natural porque eu cresci numa casa onde se lia, o meu pai e minha mãe, os dois eram acadêmicos quando quando era uma criança, os dois faziam universidade. Então, o universo da leitura, dos livros, da escrita era uma coisa presente na minha vida. Então, acho que foi um processo bem natural, bem por conta da educação que tive também, quando eu era criança naquela época as escolas incentivavam a questão da leitura, a questão da escrita, existia um processo de incentivo muito grande a esse hábito da escrita e da leitura.


O que te motiva a escrever?

Meu bem, a vida me motiva a escrever. [...] Eu não saberia viver se eu não escrevesse, sabe? Por que a vida é sufocante, né? A vida é uma coisa pesada. Então, a poesia, a escrita ela me dá essa leveza, ela garante essa leveza porque ela é necessária. Então o que me motiva a escrever é a vida. A vida e as suas circunstâncias, sejam elas boas, sejam elas ruins, mas a vida é a minha principal inspiração, eu não tenho a menor dúvida disso.


Sobre o seu trabalho autoral, sobre o que trata a obra?

Eu estou lançando agora na favela literária um livro chamado “Poesia para alguma coisa ou para coisa nenhuma” que eu até falo disso no prefácio, que é um livro diferente, uma escritora que se propõe a se renovar constantemente e que está nesse trajeto, nessa trajetória de constante mudança e evolução necessária para todo ser humano. Vocês vão ter oportunidade de conhecer o trabalho. É um livro artesanal como a maioria da minha obra. A maioria do meu trabalho é artesanal. Eu mesma fabrico meus livros. Não é barato nem é fácil, a gente tem pouco apoio para lançamento de livros oficiais com ISBN e tudo mais, é tudo muito caro, e a gente não tem ainda tanto apoio.


Como é o seu processo de criação com a escrita?

O meu processo de criação com a escrita ele parte muito do meu cotidiano, das coisas que eu vivo, das coisas que eu vejo, das coisas que eu sinto, da minha percepção de mundo. Então não existe um processo exatamente para escrita. Não existe um ritual. E a inspiração, ela vem a qualquer momento. É como se às vezes acontece de eu estar deitada, dormindo e de repente acordar, perder o sono, começo a viajar. Às vezes eu me levanto e venho escrever. Às vezes pego só o celular mesmo e já vou escrevendo ali. E às vezes o poema sai inteiro. Às vezes é só uma ideia que surge e que ela vai ser trabalhada depois. Enfim, não existe um único processo. [..] Então é isso, é inspiração. A gente não tem domínio sobre ela.


Existe um poema que marcou a sua vida?

Alguns poemas marcaram a minha vida. Eu posso te citar um de cara que é o “Versos íntimos”, de Augusto dos Anjos. Ainda na minha adolescência, eu precisava de nota em Português e o professor lançou um desafio pedindo que cada aluno escolhesse um poema para declamar e quem declamasse corretamente ganhava um ponto. Eu escolhi Augusto dos Anjos, Versos íntimos, e acho que é um poema que muita gente conhece. [...] Algum outro poema que faz parte da minha vida é o Vinícius de Moraes, o Soneto do amor total, Soneto da fidelidade, Ternura, são poemas que eu amo muito. [...] Mais recentemente o Charles Bukowski, que é um poeta que me toca profundamente, muitos tantos poetas. Mário Quintana como deixar de fora? Drummond. Eu gosto muito da poesia da Marta Medeiros, Alceu Araújo, Fernando Canto, o Joãozinho Gomes, enfim vários.


*Entrevista produzida na disciplina de Redação e Reportagem II, ministrada pelo professor Alan Milhomem.


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