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Foto do escritorAgnes Matilde

Café e os Poetas: projeto busca difundir a poesia amapaense

Atualizado: 8 de mai.

Prestes a completar três anos de atuação, o projeto já publicou três antologias resultado das atividades desenvolvidas.


Por Agnes Matilde


Integrantes do Projeto Café e os Poetas durante o aniversário de dois anos de atividade. Foto: Lua Carolina Costa de Oliveira.


Começou em sala de aula. Os alunos, tão pouco conhecedores da poesia amapaense, despertaram na professora a vontade de falar sobre os poetas do estado, a fim de mostrar os versos que regem a cultura e o lirismo presente no Amapá. Entre solicitações de entrevistas, artigos de opinião, releituras de poemas e visitações, surgiu, então, durante o isolamento social da pandemia, a oportunidade de divulgar um dos poemas escrito por um de seus amigos. Assim surgiu o Projeto Café e os Poetas, cuja proposta é dar mais visibilidade às produções poéticas do Amapá.


O projeto está prestes a completar três anos de atividades. A criação, divulgação e coordenação são feitas por e Cecília Lobo, professora aposentada do quadro estadual, poeta e membro da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes (FEBLACA-AP). Ela vê todo o seu trabalho como um presente divino. “Nasceu para manter-me viva no cenário literário e pessoal no momento mais difícil de prisão domiciliar que a pandemia nos obrigou a ficar”, relata Cecília.


No início eram 11 poetas, mas o número de participantes foi crescendo na mesma proporção que o número de seguidores do perfil do Café e os Poetas nas redes sociais. Hoje são mais 1.400 seguidores e um acervo vasto de produções escritas pelos poetas e poetisas do estado e outros lugares do Brasil. Uma dessas é Ana Cristina Tracaioly, também professora e acadêmica internacional da FEBLACA-AP. Sua afinidade com a escrita surgiu na adolescência e tinha contato direto com as palavras de autores como Cecília Meireles, Rachel de Queiroz e Machado de Assis. Mas foi na idade adulta que fez da poesia a sua realidade.


"Não foi uma questão de percepção em escrever meus próprios poemas, mas sim uma vontade de colocar no papel meus sentimentos e sonhos que permeavam tudo o que fazia sentido para mim. Assim é que fui colocando em forma de poesias minhas sensações, desejos, vontades e realidades por mim e pelas pessoas ao meu redor. A poesia é um contexto de tudo ao meu redor", revela Ana Cristina.


Ana Carolina Tracaioly, professora, Mestre em Ciência da Educação. escritora e poeta. Foto: Arquivo pessoal.


Com uma antologia publicada junto com um grupo de amigas e com produções postadas em suas redes sociais na bagagem, o convite para fazer parte do projeto veio de Cecília, com quem já havia compartilhado salas de aula nos tempos em que eram universitárias. “Veio dar ênfase para aquelas pessoas que não tinham as suas escritas, os seus poemas conhecidos por parte da nossa população. No entanto, também entregou uma gama de conhecimento tanto dentro das escolas quanto pelo meio social, porque através da internet, dos meios sociais, nós conseguimos edificar esse projeto e evidenciar mais esses poetas”, afirma Ana Cristina.


A expectativa era de que publicações se limitarem apenas a rede social Instagram, ou era o que Hamilton Antunes, advogado e poeta do projeto, pensava. Em meio ao engajamento com o público e o crescimento do perfil, surgiu a ideia de reunir os poemas postados e transformá-los em uma antologia. Com três edições publicadas, cada tiragem física veio de orçamento pessoal da idealizadora e coordenadora do projeto. "Essa ideia de pegar vários autores e publicar uma antologia é algo que torna acessível a possibilidade de se publicar aquilo que se escreveu", declara Hamilton. Além de destacar que são muitas as dificuldades de se publicar como escritor novo, pois as as editoras preferem lançar livros de autores já renomados e conhecidos.


Hamilton Antunes, poeta e advogado. Foto: arquivo pessoal.


Sobre a experiência de ser poeta no estado, Ana Cristina diz se sentir orgulhosa de fazer parte do grupo de poetas amapaenses. “Nós vimos que aqui o atual cenário cultural do estado tem crescido e desenvolvido muito. Ainda temos muitas coisas ainda a melhorar, a buscar, mas isso vem de um processo pra quem não estava dentro da literatura amapaense e não tinha ainda reconhecimento sobre isso, já é uma grande vantagem para alcançar os nossos objetivos dentro do nosso estado. Sabemos que quando se fala em cultura, torna-se um tanto difícil para as pessoas, e principalmente buscar conhecimento literário, por uma leitura que possa ser mais apraziva, porque eles querem tudo o que é muito midiático. Ninguém quer comprar um livro pra fazer uma leitura, quer abrir rapidinho na internet e dar uma leitura rápida. Então quando a gente vê alguém se interessando em ler um livro que nós escrevemos, isso nos gratifica muito”, afirma.


Ana Cristina também ressalta que o projeto busca valorizar a cultura local e despertar nos jovens e crianças mais gosto e conhecimento sobre a literatura local.


Outra programação presente no Café e os Poetas são os cafés da tarde, que ocorrem sempre que Cecília deseja falar sobre uma nova ação referente ao projeto. Os encontros costumam ser feitos em cafeterias, restaurantes e shoppings, sempre solicitando a confirmação de quem pode participar, com a observação de que cada membro é responsável no pagamento de sua despesa. Além disso, alguns dos poetas participantes tiveram oportunidades de realizar visitações em escolas para falar de seus escritos.


Cecília Lobo, criadora e idealizadora do projeto Café e os Poetas, com o poeta Allex Odomo durante lançamento da segunda antologia do projeto. Foto: arquivo pessoal da Cecília.


É possível acompanhar o projeto a pelo Instagram @o_cafe_e_os_poetas

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