A iniciativa faz parte do projeto Lupa NH 2.0 e tem o objetivo de empoderar as comunidades para serem comunicadores, levantando pautas de acordo com a sua realidade.
Por Breno Pantoja
Alunos da Escola Estadual Raimunda dos Passos Santos foram às ruas do bairro Novo Horizonte, nos dias 16, 17 e 18 de novembro, coletar dados sobre serviços e infraestrutura da região. A iniciativa faz parte do Projeto de Jornalismo Hiperlocal Lupa NH 2.0 que visa capacitar a comunidade a se tornarem protagonistas de suas histórias, de modo que possam levantar suas próprias pautas e produzirem comunicações mais condizentes com a realidade de suas vivências.
A coleta de dados foi feita por meio do aplicativo Lupa NH 2.0 desenvolvido pelo voluntário do projeto e mestrando pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Tiago Eduardo. Com o aplicativo, qualquer pessoa pode atuar como agente de comunicação no bairro. Assim, as tecnologias ficam nas mãos da comunidade para se informarem e reivindicarem junto ao poder público e/ou à imprensa regional a tomada de decisões em razão da melhoria de qualidade de vida.
“Bom, a gente desenvolveu o aplicativo Lupa NH, que tem a tecnologia de geolocalização, através dele é possível cadastrar informações de infraestrutura de uma região, como informações sobre água potável, iluminação pública, coleta de lixo e limpeza urbana, essas informações são coletadas no aplicativo, ele sobe as informações cadastradas para a internet e fica disponível no mapa”, explica Tiago Eduardo.
Atualmente estão disponíveis no aplicativo a possibilidade de marcar ocorrências relacionadas a questões de Iluminação Pública, Água Potável, Limpeza Urbana, Tratamento de Esgoto, Calçadas e Asfalto e Coleta de Lixo. Para Walter Lima, professor da Unifesp e coordenador do projeto, o Lupa NH é fundamental para conscientizar os alunos sobre a importância de formar suas opiniões com base em dados e estar sintonizado com as questões locais.
“Quando chove são eles que passam na lama, quando ficam doentes é porque não tem
saneamento básico, quando sentem medo de passar em uma rua é porque não há iluminação à noite. Tudo isso afeta a vida deles e o dia a dia também, a importância é para que eles se envolvam com as questões da comunidade que eles mesmo vivem, que eles mesmo sentem”, ressalta o docente.
A aluna e voluntária do projeto, Hanna Almeida, destaca a relevância do Lupa para melhorar a infraestrutura do Novo Horizonte que, para ela, é uma comunidade muitas vezes esquecida pelo poder público. “Ele é muito importante, principalmente, porque o Novo Horizonte precisa de muitas melhorias. Mas aqui, temos uma comunidade unida, que está sempre ajudando a melhorar a nossa realidade. Fico feliz por nós alunos estarmos tendo a oportunidade de ajudar o nosso bairro, espero que dê tudo certo”, finaliza Hanna.
As informações e dados coletados serão transformados em reportagens jornalísticas por discentes do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Além disso, a proposta contempla trabalhar conteúdos com os alunos da Escola Raimunda dos Passos para serem veiculados na rádio comunitária sediada dentro da escola.
“A ideia é dar visibilidade para o jornalismo local para transformá-lo em um jornalismo
global, ou seja, chamado de glocal. Dessa forma, o local se transforma em global, graças a Internet e essa possibilidade de extensão”, pontua Elisangela Andrade, professora do curso de Jornalismo da Unifap.
O projeto Lupa NH 2.0 começou em março de 2023 e é vinculado à Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal do Pará e Universidade Federal do Amapá. Para incentivar os alunos da escola a serem os comunicadores do seu bairro, professores e alunos da Unifap realizaram oficinas de documentário, telejornalismo, radiojornalismo, webjornalismo, fotografia e produção de texto.
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