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Startups amapaenses projetam materiais de construção sustentáveis

A preocupação com a redução de impactos ambientais fomenta a sustentabilidade e o compromisso com nosso planeta e a qualidade de vida.


Por Glória Carvalho

Edição: Aretusa Fernandes

Argamassa sustentável desenvolvida no Amapá.
Argamassa polimérica Mazodan. Fonte: Sebrae Amapá.

Uma casa construída é mais do que simples paredes e teto, é um refúgio onde as pessoas se sentem protegidas e confortáveis. Entretanto, é importante saber que, ao erguer um novo lar, deve-se valorizar outro ponto essencial para a vida humana, a natureza.


É nessa pegada sustentável que os projetos inovadores no Amapá, comprometidos em reduzir impactos ambientais na construção civil, promovem não apenas a sustentabilidade, mas também benefícios para a economia, saúde, segurança e a qualidade de vida das pessoas.


As telhas são partes importantes de uma construção e, dependo do material, podem trazer benefícios para saúde, meio ambiente e a economia. O Projeto Mulheres de Fibra, desenvolvido por estudantes do Instituto Federal do Amapá (IFAP), tem sido uma alternativa de utilizar resíduos de coco, que seriam descartados no lixo, em telhas.

Mulheres que trabalham com sustentabilidade.
Idealizadoras do Projeto: Mulheres de Fibra. Fonte: Arquivo pessoal

A estudante e integrante do projeto, Stephany Matos, conta que a ideia surgiu com a intenção de resolver a problemática do descarte indevido dos resíduos de coco verde, muito comum nas regiões norte e nordeste. O descarte irregular pode causar contaminação de solo e emitir gases que contribuem para o efeito estufa.


“As telhas são feitas de argila e recebem uma porcentagem de fibra de coco, essa quantidade ajuda a reduzir a matéria prima principal, gerando uma economia de 30 a 50 centavos por telha, mas para construção em grande escala pode gerar mais economia”, ressalta. A estudante destaca outros pontos do projeto. Ouça:


As outras vantagens estão na saúde e na temperatura, como o exemplo da substituição de telhas feitas de amianto, uma substância cancerígena segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), por telhas de fibra de coco, que reduzem até dois graus dentro de uma residência.


Apesar dos testes feitos mostrarem excelentes resultados, ainda é preciso mais estudos. O objetivo do projeto é aprimorar o produto para que seja ainda mais sustentável, para isso é necessário investimentos e produzir em grande escala.


Argamassa de rejeitos e sedimentos do Rio Amazonas

Com objetivo de utilizar sedimentos e rejeitos minerais encontrados no Rio Amazonas, o engenheiro de produção e CEO da startup Mazodan, Michael Carvalho, CEO da, desenvolveu uma argamassa polimérica. Conforme o engenheiro, transformar descartes poluentes em produtos que contribui para a preservação ambiental. Além disso, a iniciativa visa combater a preocupante estatística de 1.200 bilhões de toneladas de minério despejadas no rio, afetando ecossistemas marinhos, saúde local e a economia regional.


“Essa produção foi criada a partir da vontade de querer solucionar problemas na construção civil. O objetivo é criar modelos de materiais de construção e torná-los mais acessíveis para atender a demanda de trabalhadores, mas não os retirando do mercado construtor, pelo contrário, a nossa premissa é: melhorar o produto de forma sustentável e customizado, com tecnologia e uso de recursos próprios da região”, destaca o engenheiro.


O produto desenvolvido substitui o cimento convencional, reduzindo a necessidade de outros materiais, como areia e pedra, e minimiza danos à saúde pela inalação de partículas durante o processo de mistura. O produto é encontrado nas versões de embalagens de 3kg, latas de 5kg e 25kg, um material de secagem rápida que ocupa menos espaço e diminui valores financeiros.


A empresa também tem um projeto de construção de casas populares que será lançado no evento Startup G20 no Amapá. As duas startups ainda não produzem em larga escala, mas buscam por investimento, já receberam várias premiações e são potências no mercado local.


A engenheira e professora do Instituto Federal do Amapá, Leila Nunes, que também faz parte do projeto Mulheres de Fibra, finaliza destacando a importância do incentivo às startups e a engenharia sustentável. Ouça:



*Reportagem produzida na disciplina de Webjornalismo ministrada pelo professor Alan Milhomem.






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