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Foto do escritorLéo Nilo

UNIFAP elabora plano diretor para reger o Campus Marco Zero pelos próximos 15 anos

Plano está sendo feito em colaboração com a comunidade civil.

(Foto: AGCOM/Reprodução)

Em 2021, a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), a partir de um projeto de extensão, começou a elaborar o Plano Diretor Participativo (PDP) para o Campus Marco Zero, localizado na zona sul de Macapá. O plano prevê diretrizes para organizar o funcionamento e o planejamento do campus durante os próximos 15 anos.

Um Plano Diretor Participativo tem a finalidade de reger os parâmetros a serem obedecidos pela gestão do Campus, e determinam desde a infraestrutura da universidade até suas prioridades de investimento. De acordo com Cristina Badini, coordenadora da elaboração do PDP, o plano está sendo construído sobre três pilares principais: a participação da comunidade, o desenvolvimento sustentável e a implementação de um campus inteligente - ou seja, tecnologicamente integrado.

Imagem feita por drone do perímetro do Campus. (Foto: Projeto de Elaboração do Plano Diretor do Campus Marco Zero)

Sobre o desenvolvimento sustentável, Cristina Badini explica “que os novos prédios tenham essa prioridade da sustentabilidade. Eles aproveitem água da chuva. Tenham uma destinação para as águas servidas com plantas. E também a questão da energia. [...] Os prédios podem todos ter, no futuro, essa iluminação com energia solar”. Ressalta, ainda, que “a ideia não é ampliar o Campus, mas aproveitar o máximo possível de espaço dentro do Campus e de uma forma sustentável”.

Além dos três pilares, a equipe de elaboração leva em conta vários eixos para o projeto, como a preservação do patrimônio histórico e arqueológico. Isto porque o Campus Marco Zero é também o sítio arqueológico ap-ma-05, onde são encontradas, desde os anos 90, urnas funerárias indígenas enterradas. Mais de 30 urnas de cerâmica já foram escavadas, hoje encontrando-se sob estudo do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA).

Para a Prof. Iris Moraes, docente de Arqueologia no curso de História da UNIFAP, “essas ocorrências arqueológicas identificadas no Campus se constituem como um grande legado indígena. Um patrimônio cultural inestimável por conta da unicidade da ocorrência. [...] A importância [da preservação] é justamente o reconhecimento desse legado indígena e essa história indigena de longa duração para a região da amazônia”. Torna-se imprescindível, portanto, que sua preservação seja assegurada pelo PDP.

Departamento de Artes e Letras da UNIFAP. (Foto: David Felipe)

Na opinião do Prof. Ivan Carlo, docente do curso de Jornalismo da UNIFAP, as principais deficiências do Campus Marco Zero, atualmente, são sanitárias, como a frequente falta de água nos blocos e a ausência de sabonete nos banheiros. Ele ressalta, ainda, a importância do compromisso dos parlamentares amapaenses com a estrutura da universidade. “Precisa de um pouco mais de consciência dos nossos parlamentares no sentido da importância da universidade”, ele afirma.

A elaboração do Plano Diretor do Campus Marco Zero tem como um de seus principais pilares a participação de toda a comunidade que o frequenta, sejam estudantes, funcionários ou até cidadãos sem vínculo que utilizam o espaço do Campus em algum momento de sua rotina. Na etapa atual, o projeto está realizando uma consulta pública para pesquisar as necessidades e opiniões do público. O formulário para responder a pesquisa pode ser acessado aqui.

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