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Primeira Calourada Preta da Universidade Federal do Amapá promove inclusão e valorização da cultura

Foto do escritor: AGComAGCom

Evento organizado pelo NEAB acolheu estudantes negros e abriu espaço para diálogos e expressões culturais na Unifap.


Por Breno Pantoja

Primeira calourada Preta da Unifap. Fotos: Breno Pantoja/Agcom.

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) realizou, nos dias 29 e 30 de junho no Centro de Vivências da Universidade Federal do Amapá, 1ª Calourada Preta da Universidade. O evento contou com rodas de conversas, exibição de documentário e apresentações culturais e artísticas.


O acadêmico de jornalismo, organizador do evento e membro do Neab, Paulo Rafael, destaca a importância da programação para que os estudantes negros se sintam acolhidos e para terem lugar de fala. Para ele, é importante valorizar o espaço e a presença negra dentro da universidade.


“Eu acho que aqui dentro nós somos muito invisibilizados e inviabilizados, passamos por problemas que não são divulgados e precisamos compartilhar com outras pessoas não negras para que elas nos ouçam e vejam que nós estamos unidos, promovendo eventos, expondo nossa cultura e que não temos medo da opressão da universidade, da branquitude e da estrutura racista”. A Calourada tem objetivo de unir as pessoas pretas na universidade que precisam expor suas dores e suas alegrias.

Paulo Rafael, Organizador da Calourada Preta e membro do Neab. Foto: Breno Pantoja/ Agcom.

O primeiro dia foi voltado para uma roda de conversa para tratar de assuntos voltados à Universidade, como apresentação do Neab, ações afirmativas, saúde mental, movimentos sociais e estudantis e exibição do documentário Oceanos (2023). O primeiro dia encerrou com a apresentação do grupo Marabaixo da Juventude.


Já na sexta-feira (30) teve uma programação repleta de arte e cultura com poesia dos artistas “Enpretiado”, “Visage” e Rafael, Break Dance com o Grupo “El-Shammah Crew”, exposições, performance e música ao vivo com os artistas Fernanda Canora e Nelis Leão.


Uma das atrações do evento foi o grupo de hip-hop “El-Shammah Crew”. Além de dança, o grupo realizou uma roda de conversa mediado pelo líder do grupo e militante do Hip-Hop, Sidarta Amorim, que abordou importância da cultura popular. Ele acredita que a cultura hip-hop é estigmatizada dentro da sociedade.


“Houve um debate bem significativo, a gente sai com o nosso papel de ativista cultural realizado, é interessante a gente levar para a comunidade acadêmica um pouco de cultura, lazer, esporte e educação para além de significar o nosso valor a gente possa construir uma imagem positiva”, concluiu.

Líder do grupo de Break Dance “El-Shammah Crew”, Sidarta Amorim. Foto: Breno Pantoja/Agcom.

Para o calouro Lucas Rafael, a calourada Preta é importante tanto para recepção dos calouros quanto para os veteranos. "Muito interessante, eu não tinha tido contato com alguns pontos da cultura preta de perto. O evento fez com que a comunidade acadêmica tivesse contato com algumas expressões culturais como o Marabaixo e o Hip-Hop que vem de muito tempo dentro da cultura preta", finalizou Lucas.


Poeta desde criança influenciado pelo rap nas ruas, José Simão, conhecido popularmente por seu nome artístico “Enpretiado”, começou a escrever com base nas letras das músicas que casam com a sua realidade. Sua poesia conversa com a realidade a partir de assuntos como o racismo e exploração. Simão disse que o evento serviu para reforçar a luta contra o racismo, além de tornar a Universidade mais abrangente e não elitista, racista e antipopular.


“Mesmo com as pautas das políticas afirmativas, a gente encontra coisas que bloqueiam nosso acesso na universidade. Não precisamos só do acesso, temos que nos manter, tendo como poder estudar e viver, não apenas sobreviver". Através da poesia, o artista propõe desafios como a organização da Juventude Negra “em prol de uma universidade mais popular, que se pinte de povo, para que se construa ciência com e para o povo e não castelos com grandes muros que impedem a entrada dos arredores”, finalizou Simão.


“Enpretiado” declamando Poemas na Calourada Preta. Foto: Breno Pantoja/Agcom.


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