Amapaense vai lutar para conquistar uma medalha nas Paralimpíadas de Paris 2024.
Por Cássia Palheta, Gabrielly Mourão e Maria Clara Santana
O Parataekondo é voltado para pessoas com deficiências físicas, visuais e intelectuais. A modalidade segue as mesmas regras do Taekwondo tradicional, com alguns ajustes necessários para garantir a segurança e a integridade nas competições. Os atletas competem em categorias baseadas em suas limitações funcionais, garantindo que as disputas sejam equilibradas.
A modalidade possui dez divisões de peso, sendo cinco para o masculino e cinco para o feminino. Para participar das competições oficiais é obrigatório ter mais de 16 anos. No momento da luta, os atletas utilizam meias e coletes eletrônicos, além de equipamento de proteção. Quando acontece o contato da meia no colete adversário, os pontos são automaticamente computados e vence o atleta que somar mais pontos. O combate é dividido em três rounds de dois minutos cada, com direito a tempo de um minuto para os atletas.
O professor de Taekwondo, Vitor Sandim, conta um pouco sobre o esporte: "É uma modalidade nova para nós; começou há cerca de cinco anos. A primeira Olimpíada em que o Parataekwondo foi incluído foi a de Tóquio 2020. Até então, só existia o Taekwondo tradicional".
Vitor conta que o Parataekwondo ainda está em evolução contínua e que a inclusão nas Paralimpíadas de Paris deste ano e na de Los Angeles, que ocorrerá em 2028, aumentará a procura pelo esporte e, consequentemente, o número de medalhas para o Brasil também crescerá.
Um dos atletas favoritos à medalha é o brasileiro e atual campeão Paralímpico, Nathan Torquato, de São Paulo. "Ele já foi campeão em Tóquio, e agora busca o bicampeonato em Paris. Estou bem esperançoso que ele traga mais uma medalha de ouro pro Brasil”, destaca o professor.
No entanto, nem tudo no esporte é positivo. O professor explica que a modalidade está enfrentando grandes desafios, como a ausência de representantes locais em algumas regiões. "Aqui em Macapá, temos apenas a Leylianne Santos como representante. Ela chegou a disputar o Mundial Pan-Americano, representando o Amapá e o Brasil. No entanto, só temos ela praticando essa modalidade. Nas academias de Taekwondo não temos outros alunos para competir na modalidade Paralímpica", lamenta.
A atleta Leylianne Santos é um exemplo de como o esporte pode transformar vidas. Ela iniciou no Taekwondo em 2019, após um convite de seu treinador Bruno Igreja.
Antes disso, Leylianne praticava Karatê, mas ao experimentar o Parataekwondo pela primeira vez, encontrou um novo caminho.
“Nunca tinha ouvido falar do Parataekwondo, até que surgiu a oportunidade de conhecer a modalidade. Fiz minha primeira aula experimental e achei interessante, principalmente porque é um esporte que se baseia em chutes, o que exigiu uma fase de adaptação,” conta Leylianne.
A busca por conquistas é um objetivo compartilhado por todos os atletas, e Leylianne não é exceção. Ela já participou do Pan-Americano de Parataekwondo duas vezes, conquistando medalha de bronze em ambas as competições. Além disso, ela alcançou o vice-campeonato mundial em 2021, na Turquia.
"Competir em um ano olímpico é um grande sonho. Atualmente, sou a atleta reserva da categoria até 65 kg no Parataekwondo da equipe brasileira, e continuo me dedicando ao máximo para representar o país nas próximas competições," finaliza a atleta.
Apesar disso, a modalidade continua a avançar, e espera-se que, em um futuro próximo, o Amapá possa ter mais atletas como a Leylianne para representação no cenário nacional e internacional.
Reportagem produzida para disciplina de Laboratório de Produção Jornalística ministrada pela professora Laiza Mangas
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