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O Fala Preta hoje é uma denúncia de uma vítima de racismo, na Universidade Federal da Paraíba

Atualizado: 28 de fev.


Precisamos todos e todas fortalecer a luta contra o racismo estrutural e institucional no nosso país. Foto: Reprodução internet

A estudante do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA/UFPB) prefere manter seu nome em anonimato e garante que as ações punitivas já foram providenciadas, junto com o apoio do Centro Acadêmico e docentes do curso de Comunicação. Mas, ela pede para amplamente divulgar o ato racista sofrido, porque não pode mais se calar diante dessa situação.


Denúncia da vítima:


" A universidade é o local onde estudo, me alimento, faço atividades físicas, assim como todo mundo da comunidade. Sempre estou por lá com minha bike. Já fui abordada por outro guarda quando estava pegando terra em uma composteira para plantar. Na ocasião, tive medo, pois o guarda não estava identificado e não falava nada, apenas me olhava.

Para quem se pergunta o que eu estava fazendo na universidade ontem, se é que isso vem ao caso, eu estava indo mostrar a universidade para um homem preto, que mora e trabalha em João Pessoa e que nunca pôde acessar esse espaço que majoritariamente é ocupado por pessoa brancas. Para quem não sabe, o feriado é o único dia livre para quem precisa vender força de trabalho para servir os privilegiados (...)

Ficamos na dúvida se poderíamos entrar, mas como vimos um movimento lá dentre e um rapaz entrando tranquilamente, fomos em frente. Dois guardas nos intimidaram - o que já é assustador para quem se sente ameaçado por quem anda fardado e armado. Eles apenas disseram que a gente não poderia entrar e nossa reação foi a de recuar por medo mesmo. Não tive coragem de perguntar o porquê do rapaz que tinha acabado de entrar tranquilamente podia e nós não. Sabemos o porquê.

Enfim, mais um caso diário. Só que numa instituição que é a minha casa hoje, um lugar onde eu deveria me sentir segura e a vontade em qualquer dia da semana e em qualquer horário (...)

Diante, principalmente dos questionamentos, não me sinto segura e fortalecida pela comunidade de alunos para me expor e enfrentar um guarda que anda armado no mesmo espaço que preciso estudar e me alimentar. É a minha palavra contra a dele.

(...)

Isso é sobre segregação de espaço! isso é sobre pessoas pretas terem que desviar o caminho para não ocupar o espaço de quem não nos quer lá. Racismo digno não de dó, mas de chamar a atenção para a responsabilidade de todes"



Precisamos todos e todas fortalecer a luta contra o racismo estrutural e institucional no nosso país.


RACISMO É CRIME, NÃO SE CALE!


Fala, Preta!


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