Foram expostas as artes de 13 artistas amapaenses com 15 obras de diversos perfis de bonecas.
Por Biank Bastos
Com a repercussão do filme Barbie, lançado no mês de julho, artistas amapaenses aproveitaram para mostrar as versões da boneca criada por artistas locais. Eles organizaram uma exposição por cerca de 10 dias nos mostruários do cinema Cinépolis. Foram expostas as artes de 13 artistas amapaenses com 15 obras de diversos perfis de bonecas com características amazônidas, japonesas, heroínas e bonecas urbanas comuns. A exposição faz parte do Coletivo AP Quadrinhos, um grupo composto por artistas plásticos, quadrinistas, ilustradores, desenhistas, entre outros.
De acordo com um dos coordenadores do Coletivo, João Vinícius Gaia, de 32 anos, a ideia de fazer à exposição de bonecas no shopping surgiu diante do lançamento do filme Barbie, visto que seria um grande evento que no ensejo não havia nada de diferente sendo feito no momento. Então, aproveitaram e entraram em contato com o Cinépolis, tiveram o espaço cedido, arcaram com os custos e fizeram à exposição mais diversificada de Barbies possíveis.
“A inspiração para as artes veio de cada artista mesmo. Cada um teve a liberdade para dar sua interpretação da Barbie em seu próprio traço, por isso o resultado foi tão diverso e representativo, pois os próprios artistas que compõem o grupo têm suas próprias identidades visuais, referências e atuações próprias”, diz Vinicius.
Os artistas têm visões diversas uns dos outros, e na exposição das bonecas essas características ficaram explícitas. Personagens urbanos, indígenas, mangás e super-heróis foram apresentados. A ilustradora e designer gráfico Natália Muniz, 22 anos, resolveu fazer uma Barbie de perfil revolucionário característico à ideia feminista. “Eu queria fazer uma arte que não fosse simplesmente uma representação vazia, mas que tivesse alguma interpretação além, e também que remetesse à Barbie enquanto boneca de plástico. Então, eu usei de referência aquelas imagens dos anos 50 de ‘HouseWife’ (mulheres donas de casa), mas no caso com uma temática feminista que acredito que o filme tenha explorado também”, relata à ilustradora.
Já a estudante e desenhista Camila de Oliveira, de 16 anos, criou uma Barbie musicista. ”A minha inspiração para essa Barbie foi na cena do rock dos anos 80, especialmente no Glam Rock. Como a boneca possui várias profissões, eu queria inserir ela nesse contexto, já que as bandas de rock sempre foram dominadas pelo público masculino”, explica.
Coletivo AP Quadrinhos
O Coletivo AP busca fomentar os quadrinhos no Amapá, tanto nas leituras quanto nas produções, além de buscar resgatar artistas amapaenses que queiram fazer parte do universo artístico, mas que ainda precisam de mais apoio e incentivo para à produção de suas artes. É nesse sentido que o Coletivo AP busca produzir mais eventos expositivos e vendas das obras produzidas, pois permite que as pessoas conheçam seus trabalhos e assim alcancem mais visibilidade e reconhecimento das obras.
Artistas como Igum D’Jorge, Ronaldo Rony, Tieê Santos e Natália Muniz fizeram e fazem parte do Coletivo AP e que hoje são nomes de grandes referências dentro do grupo. O cartunista Ronaldo Rony tem obras conhecidas internacionalmente, como o ‘Capitão Açaí’. O Coletivo surgiu em 2012 e conta com grandes produtores. O grupo fez uma pausa nas atividades antes da pandemia, mas em 2021 retornou e segue fazendo exposições em lugares públicos, como o SESC, Baluarte Cultural, Shopping Vila Nova e Cinépolis.
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