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Foto do escritorLorena Lima

Engenheiro florestal comenta seu trabalho de determinar biomassa das árvores

A pesquisa tem o intuito de determinar o período correto de retirada da madeira sem causar impactos ambientais

Pesquisador Robson Lima realizando medida em árvore. Foto: arquivo pessoal

Professor da Universidade Estadual do Amapá (UEAP), Robson Borges de Lima, realiza atividades voltadas para pesquisa de florestas naturais do estado. Do colegiado de engenharia florestal, mestre e doutor na mesma área, Lima pesquisou sobre a importância de equações locais para estimar volume sólido de madeiras na floresta publicada na revista Forest Science, periódico revisado por pares que publica pesquisas fundamentais e aplicadas, que explora todos os aspectos das ciências naturais e sociais, conforme se aplicam ao funcionamento e gestão dos ecossistemas florestais do mundo.

Árvore registrada para estudo de determinação da biomassa. Foto: arquivo pessoal

O trabalho buscou mostrar a importância de estimar o volume sólido comercial de madeira antes da exploração com uma melhor e precisa equação. Segundo Robson, no Estado se utiliza uma técnica tradicional, no entanto pouca precisão, o fator de forma. “O fator de forma é aplicado em diferentes espécies e diferentes formas, o que resulta em muitos casos um erro grotesco na estimativa final do volume de madeira. Nossa equação vem para corrigir isso, determinar com maior precisão o estoque de volume antes da exploração”. Ou seja, a quantidade de madeira retirada para exploração não é corretamente calculada pelo fator de forma.

Além disso, o pesquisador realiza estudo para determinar a biomassa, ou seja, o peso das plantas. É dividido em: biomassa abaixo do solo com as raízes cavadas, trabalho difícil e custoso para ter mão de obra específica capaz de coletar esses dados; e biomassa acima do solo, com o tronco das árvores. A soma de ambas as massas determina o peso da árvore, para relacionar com outras medidas como diâmetro e altura. Na composição das árvores, 50% do peso integral é composto por estoque de carbono.

Estudo da biomassa. Foto: arquivo pessoal

Uma curiosidade contada pelo pesquisador é de que a Amazônia com suas árvores em pé é o pulmão do mundo é um mito, na verdade são as algas e todos os vegetais presentes nos rios e oceanos os quais absorvem mais gás carbônico do que a própria floresta.

Empresas como Ford, e outras de países nórdicos e na China emitem muito carbono para a atmosfera, que acabam pagando em euro ou dólar, aos governos desses países, os serviços ambientais, uma forma de compensar os danos da poluição atmosférica. De acordo com matéria no jornal do comércio em Santa Catarina, créditos de carbono podem ser a nova moeda global. Leia a matéria aqui.

Em um dos relatórios anuais do IPCC (‘The Intergovernmental Panel on Climate Change’ em português O Painel Intergovernamental das Mudanças Climática) mostrou que um hectare de floresta em pé é capaz de absorver 500 mil toneladas de carbono por ano. “A gente vê com base nisso a importância de manter as florestas em pé para limpar mais o ar, mitigar um pouco desse aquecimento global que ano a ano vem aumentando a temperatura do planeta”, explica o pesquisador Robson.

Robson Lima. Foto: arquivo pessoal

Em meio a um país onde a exploração ilegal de madeira e grilagem de terras segue em proporções prejudiciais, sem a devida fiscalização e proteção das áreas territoriais indígenas, o Brasil enfrenta tempos sombrios diante de uma política inimiga do meio ambiente. A cada árvore derrubada deve-se plantar três para compensar e garantir o equilíbrio ecológico climático.

Pesquisadores em trabalho de campo. Foto: arquivo pessoal

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