Ações educativas são ferramenta para capacitar comunidades e estudantes diante das crises climáticas na Região Amazônica.
Por Eloisa Milena
Edição: Anna Clara Trindade
Palavra-chave: educação ambiental
Em meio às emergências climáticas que assolaram a Região Amazônica no último ano, a necessidade de reformulação de métodos na Educação Ambiental se destaca como uma estratégia para reverter a situação. No Amapá, os incêndios e o clima seco levaram o governo a decretar situação de emergência nos 16 municípios. Cerca de 13 mil pescadores foram afetados e precisaram de ajuda do poder público. No estado do Amazonas, 55 municípios também decretaram emergência por problemas semelhantes ao Amapá.
Diante desses desafios climáticos, a adaptação da Educação Ambiental surge como uma abordagem para lidar com as situações críticas enfrentadas por diversas comunidades amazônicas. O coordenador de Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Airá Santana, destaca a importância de uma abordagem educacional que promova autonomia e senso de defesa ativa nas comunidades amazônicas.
“Se há um meio que promova mudança, isso chama-se educação, para o meio ambiente, para o clima, para a sustentabilidade. Uma sociedade inteligente, com conhecimento e ciência, estará capacitada para fazer escolhas, promover o desenvolvimento, proteger, acolher, ocupar e ser o protagonista e o beneficiário”, aponta o coordenador.
Iniciativas educacionais
Um dos programas elaborados pela secretaria nas escolas do Amapá é o Ciclo de Formação em Educação Ambiental, que abrange workshops de fotografia, vídeos, música e fanzine, juntamente com discussões sobre iniciativas relacionadas ao meio ambiente. A meta é oferecer aos estudantes uma educação em constante aprimoramento, capacitando-os para contribuir em conferências e engajá-los em temáticas ambientais.
Nessas formações são incentivadas a formação de uma perspectiva crítica da Educação Ambiental. A bióloga e educadora ambiental Roberta Nascimento destaca a importância dessa visão. “A Educação Ambiental precisa superar abordagens mais tradicionais, que focam apenas em resolver problemas específicos sem questionar as causas mais profundas. É necessário repensar nossa relação com o meio ambiente, questionando práticas insustentáveis”, reforça.
Outros desafios são enfrentados na implementação da Educação Ambiental na Amazônia. Ouça ao lado:
O pequeno Diogo Oliveira, de 12 anos, faz parte de um projeto que leva educação ambiental para crianças de forma lúdica, idealizado pela bióloga. “Aprendemos a cuidar da nossa casa, que é a Amazônia. Cuidar das florestas, dos rios e dos animais”, destaca o estudante.
Só no ano passado, 20 escolas de Macapá passaram pela qualificação. Conforme a Secretaria de Estado da Educação (Seed), o projeto buscar fortalecer atividades e diálogos ambientais dentro das escolas em uma espécie de formação continuada com os alunos e professores.
A segunda etapa deste primeiro ciclo, que consiste principalmente na formação das Comissão do Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas escolas, está prevista para terminar em março deste ano. A formação tem o apoio da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá.
Outra iniciativa desenvolvida em 2023 foi o primeiro Fórum Estadual de Educação Ambiental. Com o tema “Educação Ambiental: Sustentabilidade, Territórios e suas Dimensões”, o buscou criar um espaço permanente de diálogos e troca de conhecimentos, a fim de compreender o cenário atual da educação voltada ao meio ambiente, em nível nacional e estadual, para o fortalecimento e a valorização.
O fórum contou com ações educacionais por meio de palestras, rodas de conversas e apresentações de projetos sustentáveis. Representantes de diversos setores responsáveis pela construção do conhecimento, informação, transparência e cidadania participaram do evento visando fortalecer as ações de Educação Ambiental no Amapá.
Veja a lista das escolas que receberam a formação em Educação Ambiental no ano de 2023:
Escola Estadual Mário Quirino da Silva;
Escola Estadual Reinaldo Damasceno;
Escola Estadual Santa Maria;
Escola Estadual Antônio Munhoz;
Escola Estadual Marly Maria e Souza da Silva;
Escola Estadual Antônio João;
Escola Estadual Cecília Pinto;
Escola Estadual Aracy Mont’Alverne;
Escola Estadual José do Patrocínio;
Escola Estadual Maria Ivone de Menezes;
Escola Estadual Sebastiana Lenir de Almeida Lima;
Colégio Amapaense;
Escola Estadual de Tempo Integral Maria do Carmo Viana dos Anjos;
Escola Estadual Gabriel de Almeida Café;
Escola Estadual Barão do Rio Branco;
Escola Estadual Nancy Nina da Costa;
Escola Estadual Antônio Castro Monteiro;
Centro de Estudos Supletivos Profº Paulo Melo;
Escola Estadual Maria Carmelita do Carmo.
*Reportagem produzida na disciplina de Webjornalismo ministrada pelo professor Alan Milhomem.
Comments