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Década do Oceano: Entenda a importância de pesquisar o ecossistema

A proposta da ONU visa incentivar a divulgação científica. Os oceanos compreendem 71% da Terra e estão em risco.

(Foto: Francesco Ungaro/Unsplash)

Em 2021, se inicia a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), para incentivar a pesquisa e divulgação científica com temas relacionados ao oceano. Mesmo sendo essencial para a sobrevivência humana, o oceano está ameaçado e necessita de medidas para assegurar sua sustentabilidade e segurança.

De acordo com Suelen Felix Pereira, mestre em Biologia Marinha pela Universidade Federal Fluminense, os oceanos são essenciais para a política, economia, ecologia e cultura humana. “São os oceanos que regulam o clima e a temperatura da terra. É dos oceanos que vêm parte importante da nossa alimentação. É pelos oceanos que a maior parte do comércio internacional é realizada. São os oceanos os detentores de grande parte da biodiversidade e de reservas minerais do planeta”, ela afirma.

Ainda assim, o ecossistema encontra ameaças. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o percentual de cardumes em níveis biologicamente sustentáveis reduziu em 24,2%, de 1990 a 2017. Segundo uma pesquisa publicada na revista científica Nature Communications, estimam-se entre 17 e 47 milhões de toneladas de resíduos plásticos nas águas e áreas sedimentares apenas do oceano Atlântico. Além disso, a absorção de CO² pelos mares, consequência da poluição atmosférica, acidifica as águas e desestabiliza o equilíbrio ecológico das algas, afetando principalmente os recifes de corais.

A poluição nos oceanos é uma de suas principais ameaças. (Foto: Naja Bertolt Jensen/Unsplash)

É nesse cenário que a pesquisa científica entra, para mensurar impactos, aperfeiçoar tecnologias e construir bases teóricas para as mudanças na política ambiental mundial que precisam ser realizadas. “Precisamos compreender os oceanos, principalmente para preservá-los e desta forma garantir que as próximas gerações possam usufruir de todos os seus recursos e benefícios”, ressalta Suelen Pereira.

UM SÓ OCEANO

Mesmo no Amapá, o oceano impacta profundamente a vida da população, como ressalta Valdenira dos Santos, doutora em Geologia e Geofísica Marinha pela Universidade Federal Fluminense. “No Amapá, deve-se considerar que os processos, como por exemplo as marés que sobem e descem todos os dias, são formados nos oceanos. Grande parte da pesca na costa existe porque existe o oceano”, afirma Valdenira.

A Década do Oceano, que compreende os anos 2021-2030, foi proclamada pela ONU em 2017, após a primeira Avaliação Mundial dos Oceanos, que apontou a urgência de gerenciar com sustentabilidade as atividades nas águas. Para seu êxito, torna-se imprescindível a cooperação internacional.

Segundo Suelen Pereira, "[A cooperação internacional ajuda na pesquisa e proteção dos oceanos] através do intercâmbio de experiências e tecnologias. Além da busca pelos aportes financeiros demandados pela força tarefa necessária para a proteção deste importante compartimento”, conclui.


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