Investir no Amapá, é um bom negócio? Foi a questão norteadora do diálogo
Por Cassiano Brito
Em setembro, no Campus Marco Zero, aconteceu a mesa redonda Agronegócio nas Relações Internacionais, organizada pelo Curso de Relações Internacionais (RI) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). No encontro, foi discutido o desenvolvimento do agronegócio no Estado entre o empresariado, instalado no estado, representado por Saulo Pantoja; o presidente da Associação dos Criadores do Amapá (ACRIAP), Jesus Pontes; o Cônsul Honorário da França no Amapá, Fabien Roger Gilbert Fournet; e o representante da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (APROSOJA BRASIL), Tobias Laurindo. A mediação ficou por conta do Prof. Ms. Tiago Luedy, coordenador do Curso de Relações Internacionais da UNIFAP.
Os palestrantes destacaram que a região do Amapá possui grande potencial para atividades Agro no mercado exterior. Segundo Tobias Laurindo: "No Amapá, é fácil de produzir, fácil de exportar, o mercado é mundial, não tem tamanho. Quanto mais se produz, mais fácil de vender é. Igual o minério, é uma commodity". Para o representante da APROSOJA, a adoção desse modelo econômico (de privatizações) geraria maior produtividade e, consequentemente, mais empregos, elevando o índice desenvolvimento humano (IDH) do estado. Tais posicionamentos foram manifestações da questão social e de modelo econômico.
Existe um posicionamento do empresariado a favor da iniciativa privada, argumentando que ela é mais ágil e muito mais rápida que o setor público. “O governo é uma máquina pesada lenta, inchada e que as decisões dependem de muita burocracia”, afirma Tobias Laurindo. O agronegócio brasileiro é um dos mais representativos do mundo, sobretudo no que diz respeito à dinâmica de exportações. Para Jesus Pontes, presidente da Associação dos Criadores do Amapá (ACRIAP), o Brasil pode adquirir vantagens e potencializar sua capacidade de barganha e exportação. Isso pode ocorrer dependendo do tipo de posicionamento do governo brasileiro frente à guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Os dados são da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) que apresentou seu informe anual sobre a produção de commodities. No levantamento, o Brasil terminou o ano de 2016 com uma fatia de 5,7% do mercado global, abaixo apenas dos Estados Unidos, com 11%, e Europa, com 41%. No início do século, o Brasil era superado por Canadá e Austrália, somando apenas 3,2% das exportações mundiais e disputando posição com a China, com 3%. De acordo com a FAO, o valor adicionado da agricultura por trabalhador também dobrou entre 2000 e 2015. No início do século, ele era de US$ 4.500, chegando a US$ 11,1 mil em 2015[1].
Segundo o The Observatory of Economic Complexity (OCE), os principais destinos de exportação do Brasil são: China ($48 Bilhão), os Estados Unidos ($25,1 Bilhão), a Argentina ($17,8 Bilhão), a Holanda ($7,57 Bilhão) e a Alemanha ($6,18 Bilhão). As origens de importação de topo são a China ($27 Bilhão), os Estados Unidos ($20,4 Bilhão), a Argentina ($9,3 Bilhão), a Alemanha ($9,3 Bilhão) e a Coreia do Sul ($5,39 Bilhão)[2].
Perguntado sobre a legislação ambiental do estado, Laurindo respondeu o que "o Amapá possui menos de 2% de área plantada. É um estado que tem que diminuir a preocupação ambiental, não no sentido de danificar o mesmo, pelo contrário, mas abrir espaço para se plantar pelo menos 5% da área do estado. Assim, pode-se chegar com pequenos médio míni-produtores e isso aí aumenta a industrialização. Isso é o que a gente chama de verticalização na produção".
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