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Foto do escritorLorena Lima

Casa da Hospitalidade e Lar dos Idosos estão sem recursos para manutenção

Nos últimos meses, as instituições filantrópicas tiveram redução de doações.

Área infantil Casa da Hospitalidade. Foto: Lorena Lima

As casas de acolhimento, em Santana, para crianças, idosos e pessoas diagnosticadas com transtornos mentais dependem de doações para a alimentação, os cuidados básicos com higiene e a manutenção dos espaços. Nos últimos meses, houve uma redução significativa das doações apesar de empresas se unirem para realizar doações de cestas básicas, frequentemente.

A casa da Hospitalidade acolhe, atualmente, 72 crianças e pessoas diagnosticadas com transtorno mental. Mas, esse número sempre está mudando. E, na Associação Casa Padre Luigi Brusadelli, há 62 residentes, 54 pessoas idosas e oito menores de 60 anos.

HOSPITALIDADE

Lene Pacheco, coordenadora da Casa da Hospitalidade, afirma que a organização social precisa de materiais hospitalares: oxigênio portátil, materiais de saúde e materiais de higiene básica. “Nós recebemos mais fraldas descartáveis para crianças que geriátricas, porém nosso consumo é muito maior das geriátricas, pois a maioria dos residentes com deficiências diversas utilizam”.

Casa da Hospitalidade. Foto: Lorena Lima

Atualmente, estão sem recursos para manutenção. Antes da pandemia, a instituição utilizava roupas e sapatos doados para montar bazar e com o dinheiro arcar com despesas diárias, medicação, fralda, alimento e manutenção do prédio. É necessária a compra regular de materiais de limpeza para manter o local higienizado. Com o isolamento social, a realização dos bazares parou.

Sem parceria com o SUS, a Casa carece também de camas hospitalares para lidar com pessoas com deficiência múltipla e garantir o conforto das mesmas, oxigênio portátil para preservá-los e isolá-los quando necessário e cadeiras de banho.

Ala psiquiátrica. Foto: Lorena Lima

Diante do cenário pandêmico, as visitas foram suspensas para preservar a saúde dos acolhidos. Segundo Lene Pacheco, “os acolhidos não entendem a dimensão da pandemia, é bem difícil pra eles e os que moram aqui há 30, 40 anos não recebem mais as visitas de conhecidos que moravam aqui e isso afeta eles. A gente percebe o nível de estresse mais alto, a briga entre eles. Ano passado tive de romper com as barreiras e tirá-los um pouco para aliviar o humor deles”.

LAR DOS IDOSOS

Sônia, residente do Lar dos Idosos. Foto: Lorena Lima

A Casa, idealizada pelo italiano Padre Luigi Brusadelli, funciona há 30 anos. Possui 24 funcionários e alguns voluntários. Acolhem idosos e pessoas com deficiências físicas e mentais, deixadas lá pela família.

As doações estão reduzidas. A alimentação e a manutenção têm custo alto, materiais de construção são sempre consumidos, pois muitos idosos com dificuldade de locomoção acabam quebrando, acidentalmente, a estrutura no local.

O Lar dos Idosos precisa de materiais de limpeza: sabão em pó, sabão líquido, sabão em barra, água sanitária, desinfetantes, amaciantes, etc. Segundo o Padre diretor Brusadelli, a instituição utiliza 10 Kg de sabão por dia e há uma carência desses produtos.

Além disso, precisam de produtos de uso pessoal como fraldas geriátricas, barbeadores e redes; de alimentos como farinha, sardinha, café, leite, frango, frutas, legumes, etc. Também carecem de materiais de curativos como luvas de procedimento, gases, Polvedine, pomada Pratiderme e o medicamento Neomecina.

Desde o ano passado, os portões estão fechados, sem receber visitações. A voluntária Angela Lima da Silva explica, “os voluntários não ficam próximo deles. Eu fico no escritório e não tenho contato com eles, mesmo que eu e eles já tomamos a vacina. Nenhum pegou Covid e houve uma preparação, alimentação e remédios preconizados com orientação médica para adquirirem imunidade. Nesse período de isolamento, morreram dois idosos, mas de AVC”.

Portão do Lar dos Idosos. Foto: Lorena Lima

Após o café da manhã, os idosos vão para a escolinha, fisioterapia e massoterapia, alguns rezam o terço. “É um trabalho árduo, mas muito bonito. Tem uma mulher que passou 30 anos na ala psiquiátrica e foi trazida para cá, cada dia ela está de um jeito. Um ela tá bem, no outro tira a roupa e se joga no chão, às vezes pede a injeção que costumava tomar no hospital”, conta a voluntária.

As casas de acolhimento recebem doações e continuam precisando da sua ajuda. É preciso sustentar o trabalho que acolhe crianças, idosos e pessoas com transtornos mentais. São muitas vidas que tem esta Casa como único lar.


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