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  • Foto do escritorMoema Cambraia

Campanha de arrecadação de alimentos ampara população de baixa renda

O projeto social Mães da Favela acontece nacionalmente e alcançou o Amapá.

Cestas básicas doadas. Foto: Moema Cambraia

Sabe-se que com a chegada do COVID 19 muitas vidas foram perdidas, além de empregos de trabalhadores. Por consequência, diversas famílias acabaram ficando sem recursos financeiros. Dessa maneira, parte das famílias do país está sobrevivendo graças às ações sociais de arrecadação de alimentos e distribuição entre as famílias pobres.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao final de 2020, o Brasil atingiu seu ápice de desemprego, chegando a 13,9 milhões de brasileiros sem trabalho - este número não era tão alto desde 2012. A pandemia agravou não somente o sistema de saúde, como também a economia, segundo estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), cerca de 116 milhões de brasileiros passaram por alguma dificuldade alimentar no período da pandemia, resultando em um aumento de 27,6% da fome no país entre 2018 e 2020.

Com a chegada da pandemia a situação da fome no mundo se agravou desastrosamente, principalmente no Brasil. Segundo a BBC Brasil, com a redução do Auxílio Emergencial, no ano de 2021, está previsto que 61,1 milhões de pessoas cheguem à situação de pobreza e 19,3 em extrema pobreza.

A situação crítica mobilizou Governo, Sociedade Civil e Organizações Não Governamentais, como o caso da Central Única das Favelas (CUFA). A instituição criou 3 projetos nacionais: Cufa Contra o Vírus, Mães da Favela e Panela Cheia Salva.

O programa Mães da Favela tem como objetivo alimentar as mulheres que estão desempregadas e sem renda, precisando de comida na mesa. “A gente sabe que se o alimento chega pra uma mãe, chega pro resto da família”, afirma Preta Cleia Ribeiro, voluntária e líder do Polo São José. Para isso, a coleta de cestas básicas é tão necessária. A CUFA coleta e distribui.


DISTRIBUIÇÃO

Mães beneficiadas. Foto: Arquivo CUFA Amapá

Entrega de cestas no Conjunto São José. Foto: Moema Cambraia

Jesus Mourão, autônoma, recebeu sua terceira cesta dia 28. Ela é moradora do Conjunto São José, mãe de três filhos já adultos, mas seu marido tem diabetes e é amputado, portanto não pode trabalhar. Já Jesus, trabalha informalmente com venda de perfumes e cosméticos, dá aulas particulares e produz scrapbook, produzindo lembrancinhas para festas. “Com a pandemia, a renda ficou bem mais difícil, porque não pode ir à casa do aluno dar aula, não tem público nem festas para fazer as lembrancinhas, por isso as doações me ajudam tanto", relata.

Já Luana Carina, além de beneficiária, entrou recentemente para o time de voluntários, realizando sua primeira ação na entrega de cestas do dia 28 de abril no Polo São José. Luana está desempregada e é mãe de 5 crianças, então, ter alimento para seus filhos é indispensável. Por isso, as cestas são tão importantes para ela. Desse modo, ao ser convidada para colaborar com o projeto como voluntária, não pensou duas vezes e topou participar. Assim, ela ajuda outras famílias agora.

“Fico com a alma leve de estar contribuindo com a minha comunidade, tem que ter gente pra ajudar e lutar pelas minorias” - Suellen Anjos.

Para Suellen Anjos, moradora do conjunto São José, a experiência voluntária de entregar as cestas básicas é muito gratificante, a sensação de dar alimentos aos que não tem por falta de emprego ou por não poder sair de casa com a pandemia é extremamente gratificante, “me sinto muito orgulhosa de trilhar essa trajetória da minha vida no voluntariado”, ela relata. Suelen já era engajada com outros projetos voluntários antes do Mães da Favela.

A liderança dos polos e a equipe é toda composta por voluntários, tanto os que organizam as listas de quem receberá as doações, quanto os que posteriormente realizam as entregas. Há, também, alguns que filtram quem poderá receber as cestas. No total, em Macapá, existem 61 pessoas voluntárias do programa e, no momento, em média 35 mil famílias já foram auxiliadas no período de um ano, no estado, para a capital e outros diversos municípios, áreas ribeirinhas, quilombolas e indígenas.

“Para receber deve ser uma mãe que tenha mais dificuldade do que as outras, porque não temos ainda capacidade de doar para todo mundo, então focamos em quem precisa mais.” afirma Preta. “Até as distribuições dependem do nosso suporte, porque eu vou encher de voluntários aqui e não vou ter carro pra levar? Não dá né, tudo é doado ou emprestado, inclusive a nossa sede e o transporte para as entregas.”


COLETA

Como doar. Imagem: Arquivo CUFA Amapá

Segundo Preta Cleia, a maior parte das doações é feita pela própria CUFA Brasil e dividida proporcionalmente para os estados através de cestas básicas e vouchers de cestas digitais para retirada. Também são recebidas doações de cestas avulsas e de dinheiro, com o qual os próprios voluntários compram suprimentos em distribuidoras e supermercados, dando preferência aos que já contribuíram com o projeto.

Para contribuir com o projeto, as doações devem ser entregues pela manhã e tarde no ponto de arrecadação, localizado na Avenida Raimundo Álvares da Costa, número 782 A - Centro, lembrando sempre do uso de máscaras. Caso não possa sair de casa, a doação pode ser virtual, entrando em contato pelas redes sociais da CUFA Amapá. As doações recebidas são diversas, desde água mineral, produtos de higiene pessoal, produtos para bebês, material de limpeza e alimentos não perecíveis.

Alzira é socióloga e voluntária no projeto Mães da Favela. Ela narra que é necessário perceber a fome como uma questão social grave, que exige intervenção política e humanitária. "Sábado pela manhã eu entreguei uma cesta para um senhor chamado Jara, ele estava 2 dias sem comida, dois dias sem nada! É um absurdo (...) as pessoas se fecham na bolha de privilégios e ainda não percebem que a fome mata.” ela protesta.

Além disso, a Organização veio para o Amapá após a chegada do Coronavírus e completou 1 ano no estado Amapá em abril de 2021. Sustentar a ação no nosso estado é também um compromisso cidadão de qualquer pessoa, seja pelo trabalho voluntário ou pelas doações.


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